20
Jul06
A morte foi à escola.
Marco
Cheguei a casa tal como nos outros dias. Cansado mas pronto para mais umas letras à desgarrada, neste pequeno espaço de mim próprio. Cheguei a casa sem qualquer tema na minha cabeça, apenas uma vontade enorme de escrever, escrever, escrever. No entanto, algo me deteve em frente à televisão. De repente, um interesse sinistro num dos mais aterradores actos dos últimos anos, o massacre de Columbine. Dois miúdos como tantos que vemos todos os dias. As suas mentes, tortuosas, bélicas, letais.
Os outros, aqueles que aparentemente iguais a estes dois, inocentes, assustados. Feridos, uns. Assassinados, outros. Apenas porque sim. Porque calhou estarem ali, naquele momento. Destino? Azar? Não sei. Sei que me fez pensar nas vidas que se perderam. Na facilidade com que se perderam. Tão cruel. Tão gratuito. Vi-lhes a todos a cara e por todos senti uma enorme revolta. Como foi possível?