17
Jul06
Lá fora, cá dentro.
Marco
Sou um estrangeiro no meu país. Caminho pelas ruas, ouço vozes. Diferentes vozes, vindas de todo o mundo, falando todas as línguas. À noites as luzes. Tantas e de tantas cores. Como brilham. Acendem. Apagam. Voltam a acender num ritual sem fim à vista até que o sol lhes ganhe vantagem. Radioso. Quente. Abrasador.As pessoas, tão estranhamente parecidas. Os cabelos, louros. Os olhos, azuis. A pele, encarnada. Queimada por dias e dias de praia sem regras. Sem cuidados. Pessoas com sede de Verão. Sede que matam em canecas e canecas também elas louras. Como são diferentes de nós. Curiosamente, penso que se sentem em casa numa Albu feita feira a pensar neles. Que vive por e para eles.
Foi assim durante dois longos dias da minha vida. Dias que se fundiram na noite e vice versa, onde o tempo era todo nosso. Todo para nós. Aproveitando cada momento para exorcizar os demónios dos dias todos iguais, carregados de responsabilidade e do tudo e mais alguma coisa para fazer. Finda a aventura, o regresso à normalidade, brindado com um fim de tarde na praia para não esquecer. Um clássico tão clássico que só terminou bem pertinho do hoje segunda feira.