06
Jul06
À nação valente.
Marco
Por mais que quisesse forçar, não consigo estar triste com esta derrota. Não consigo mesmo. Uma derrota que me alimentou o ego de ser português. Uma derrota que me fez sorrir, tremer, chorar e vencer. Uma derrota que cheia de vitórias e momentos que estou certo, nenhum de nós esquecerá. Os arrepios do hino, caramba não existe mesmo nenhum como o às armas, a fezada de um penalti, uma defesa, outro penalti, outra defesa, mais um penalti, mais uma defesa. Tanto querer. Tanta determinação. Que outra selecção, mesmo as finalistas, viveu momentos tão intensamente dramáticos e gloriosos como a nossa? Nenhuma. O feito épico de colher tulipas com 10 e depois 9 heróis. Correndo até onde as pernas já não queriam ir. Que lição para todos nós. Que superação. E se todos nós fizéssemos esse esforço nas nossas vidas, mesmo quando as nossas pernas também já não querem ir? Que lição de companheirismo e solidariedade! E se todos nós...
Hoje à noite, na hora da não vitória, não consigo estar triste. Não, não sou dos que se confortam com vitórias morais. Sou daqueles que acredita na moral antes de qualquer vitória ou melhor, na moral como a maior das vitórias. E hoje à noite, a verdade é que todos nós gostamos um pouco mais de nós próprios. Todos nós temos a cabeça erguida. Repleta de orgulho. Orgulho de sermos portugueses. Orgulho de sermos enormes. Do tamanho do mundo! Um mundo que se rendeu ao nobre povo. Um mundo que se rendeu à nação valente.