22
Jun07
Eu, aqui, agora, ontem, um dia, uma noite...
Marco
Sentado na cama já noite dentro, ao som de uma divina Rachel Goswell, procuro as palavras certas para um trabalho que tarda em aparecer feito. Olho em redor e vejo a televisão a tentar cativar-me sem sucesso. Pergunto-me como é possível ninguém conhecer esta voz que me (en)canta, tão fina, tão elegante, ladeada apenas por uma viola solitária e uns arranjos orquestrais que parecem vindos do paraíso. Por quem cantas tu, Rachel? Não te sentes só a cantar para quase ninguém?Acho que tinha saudades de escrever sentado na cama já noite dentro. Estes são os minutos em que é possível questionar o porquê de todas as coisas, escondido que estou de todas as pessoas. Lembro-me delas, de várias pessoas. Tenho saudades de algumas. Dava tudo para ser quase uma da tarde e eu de férias de Verão, em casa, sem fazer nenhum. À uma da tarde ir para baixo a pé e à minha espera um franguinho na brasa ou uns bifinhos de peru que nunca consegui fazer iguais.
Será que nos vês aí de cima Tóino? Sabias que me fogem umas quantas lágrimas dos olhos sempre que escrevo o teu nome? Não ligues, são as saudades impossíveis. Vês, é por isso que não tenho escrito sentado na cama já noite dentro! Com o mundo parado, comigo parado, ponho-me a contemplar as memórias de tempos perfeitos. Será também por isso que cantas como cantas, Rachel? Acredito sinceramente que sim. E olha, não te sintas só! Eu, pelo menos, adoro ouvir-te!