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Deep Silent Complete

"Escrevo-me. Escrevo o que existo, onde sinto, todos os lugares onde sinto. E o que sinto é o que existo e o que sou. Escrevo-me nas palavras mais ridiculas...e nas palavras mais belas... Transformo-me todo em palavras." - José Luís Peixoto

Deep Silent Complete

"Escrevo-me. Escrevo o que existo, onde sinto, todos os lugares onde sinto. E o que sinto é o que existo e o que sou. Escrevo-me nas palavras mais ridiculas...e nas palavras mais belas... Transformo-me todo em palavras." - José Luís Peixoto

21
Mai07

O fim?

Marco
As palavras estão a calar-se. Estão a fechar-se, secretas, ou a fugir-me cobardes. Sinto-lhes o fim a cada dia que passa, inevitável. Já pouco me dizem, desinteressam-me, de tão vazias, tão distantes. Perderam a chama que lhes ardia na alma, incendiando cada frase, cada parágrafo. Secaram. Morreram. Deixaram de se escrever, tornaram-se pesadas, arrastadas. Forçadas. Transformam-se em ponto final, o último de todos, no fim de todas as histórias.

As palavras são como as forças. Esgotam-se. Sinto-me de partida. Não tenho rumo nem planos. Apetece-me o silêncio. A leveza. A liberdade absoluta de simplesmente existir. As memórias continuarão a sê-lo, embora comigo, só comigo. O mundo continuará a girar e eu fascinado a observá-lo na primeira fila. Quero bebê-lo, vivê-lo. Quem sabe depois escrevê-lo. Quem sabe... Por agora, as palavras estão a calar-se. Pouco mais me resta para contar.

Não sei se me estou a despedir, não sei nada. As dúvidas consomem-me, assim como esta incerteza que parece ter tomado definitivamente conta de mim. Resta-me olhar para trás e ver o muito que disse, que escrevi. Muitas vezes nem me reconheço, questiono-me como foi possível aquele texto, como?... Talvez amanhã quando aqui chegar me apeteça escrever, escrever , escrever e me pergunte o porquê de ter feito este texto. Talvez...

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