27
Jun06
Eu, eu e eu.
Marco
E de súbito, perdido de novo numa noite sem fim. Horas de escuridão sucedem-se a horas de escuridão. Os pensamento turvam-se. A confusão instala-se. Sinto-me cansado. De lutar. Muitas vezes contra mim próprio. Contra a minha natureza que ninguém parece compreender. Será assim tão difícil?Mas agora pouco interessa. Há guerras para ganhar. Todas as forças são necessárias. Toda a coragem. Coragem que ontem vi na janela para o mundo, onde samurais lutavam até ao seu fim, pela sua nobre forma de ser. Quanta coragem. Quanta bravura. Quanta honra. Comoveu-me ver tamanha grandeza de espírito.
Hoje olho à minha volta, volto a olhar e um imenso nada. Nada de valores. Nada de nobreza. Nada de escrúpulos. Só o agora. Só o eu. Cada um lutando pelo seu eu, como se esse eu fosse mais que todos nós. Numa imensa correria feita de cotoveladas e atropelos rumo a uma meta que na verdade, julgo ninguém conhecer.
Eu quero continuar a não ter pressa de lá chegar. Quero continuar a pensar que o meu eu o pode ser com o teu eu, o vosso eu. Nos todos podemos ser muito mais, uns com os outros. Muito mais do que uns em vez dos outros.