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Out06
Uma noite com os Camera Obscura.
Marco
Não faltou quase nada. Não faltou a linda paisagem de Óbidos, não faltou a chuva durante quilómetros e quilómetros, não faltou a pressa pelo atraso, não faltou o sentido de orientação, não faltou a compra dos discos do costume, não faltou o nervoso miudinho da primeira vez, não faltou o então nunca mais começa?, não faltou a banda que me levou a Coimbra, não faltou a música que me levou a Coimbra, não faltaram os Camera Obscura.Não faltou quase nada. Não faltou o encantamento, não faltou a magia, não faltou o arrepiar da pele, não faltou a emoção, não faltou o brilhozinho nos olhos, não faltou a empatia, não faltou o feitiço existente na voz da Tracyanne Campbell, não faltou a melancolia, não faltou o encanto, não faltou a rendição total, não faltou o bater de palmas incontido, não faltou o achar que podiam ter tocado mais tempo, não faltou a compra da t-shirt para recordação.
Não faltou quase nada. Não faltou a simpatia da banda, não faltou a fotografia de família comigo, não faltou nem um nem dois dedos de conversa, não faltou o atraso na hora do regresso, não faltou solidão por essa estrada fora, não faltou o céu escuro, estrelado, mágico, lindo, não faltou novamente a pressa mas agora pelo sono, não faltou o alivio pela chegada, não faltou o deitar embalado por tamanha aventura. Não faltou quase nada. Ou faltou quase tudo. Faltaste tu.