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Deep Silent Complete

"Escrevo-me. Escrevo o que existo, onde sinto, todos os lugares onde sinto. E o que sinto é o que existo e o que sou. Escrevo-me nas palavras mais ridiculas...e nas palavras mais belas... Transformo-me todo em palavras." - José Luís Peixoto

Deep Silent Complete

"Escrevo-me. Escrevo o que existo, onde sinto, todos os lugares onde sinto. E o que sinto é o que existo e o que sou. Escrevo-me nas palavras mais ridiculas...e nas palavras mais belas... Transformo-me todo em palavras." - José Luís Peixoto

26
Out07

Parabéns Constancinha.

Marco
Dois anos de vida e já tantos momentos, tanta cumplicidade que se me escapam as palavras para te escrever parabéns, escrevo-te parabéns mas digo muito mais do que isso, digo-te o aperto que me dá no peito quando me lembro do teu ar ternurento a lutar contra o desequilíbrio para conseguires andar que é como quem diz correr, de sorriso aberto, maior do que as passadas que dás, numa demonstração de entusiasmo que na minha língua quer dizer amor puro e que eu tanto adoro poder ver e sentir.

Sei perfeitamente que agora vais desatar a crescer, numa pressa que já perdi há muitos anos, mas no entretanto sempre te digo que adoro esse teu jeito rebelde, quase desafiador, assim como adoro o teu olhar doce que logo me derrete, só me apetecer dizer-te sim a tudo e caramba se me custa dizer-te não, como naquele sábado no parque, quando decidiste ser equilibrista na zona mais estreita e perigosa do baloiço, e caramba se me custou o teu choro revoltado, sem conseguires entender o meu não e eu a querer chorar sem te conseguir dizer mais do que não ao mesmo tempo que me rejeitavas.

Ainda ontem tu a nasceres em Benfica e eu de noite a ir ver-te, cheio de gripe, com a alma doente, rasgada em pedaços e ver-te, que bom ver-te, que paz, tu a dormires, descansada, ignorando-me, ignorando todas as lágrimas que chorei quando soube que tinhas nascido, ignorando a felicidade que naquele momento foste capaz de me emprestar, mas não faz mal, são dois anos, dois anos e já tantos momentos, tanta cumplicidade que se me escapam as palavras para te escrever parabéns, escrevo-te parabéns mas acredita, digo muito muito muito mais do que isso.
25
Out07

Por aqui, por ali.

Marco
Por aqui há sempre humidade nas manhãs.
E um estranho cheiro a queimado, que me intriga.
Há um frio que mais tarde acaba por passar.
Há discos que não me canso de ouvir
e uma vista que me deixa ver o sol acordar cheio de sono e luz.
Há canções que me pintaram dias a cores de eternidade
e uma paz em todos os movimentos que se desenham devagar.
Por aqui há sempre estrelas à noite.
E uma solidão que morre nas memórias de tempos que não voltam,
aqui,
neste sítio onde o mar se faz ouvir ao longe, talvez dizendo-me que
por ali, tudo bem.
Por aqui há sempre poesia.
Um rasgo frio de nostalgia.
Por aqui, existem perguntas, que são palavras, não respostas, palavras, perguntas, apenas perguntas.
E existo eu, que pergunto, escrevo, com nostalgia, poesia, memórias de outros tempos, debaixo das estrelas, noite dentro, rodeado de canções até que a manhã, o sol e o frio húmido que traz um estranho cheiro a queimado. Intrigado, penso: por aqui existo eu, embalado pelo distante cantar das ondas dizendo-me talvez que
por ali, tudo bem.
24
Out07

Tempo às histórias.

Marco
Apesar de ser algo de completamente irracional – reconheço-o sem complexos, visto que naquele instante não mais do uma duas três linhas soltas escolhidas e lidas ao acaso, adoro mergulhar livraria a dentro e folhear todos os livros que me apetece comprar e ler. Namorar-lhes a capa, deixar-me seduzir pela textura das suas páginas, sentir-lhes a alma e logo depois, ir em busca de outro e outro para poder repetir este ritual que não consigo nem quero explicar. É um momento meu, onde o tempo simplesmente não acontece.

O tempo. Aterroriza-me a gritante falta de tempo que tenho para ler todos os livros que namoro e me seduzem. Ainda hoje, naquela meia hora que durou um minuto, naveguei por romances suspenses, histórias, poesias e biografias, sabendo que muitos deles não serão meus, porque o tempo, sempre o tempo e apenas o tempo, a fugir-me ou a chamar-me para as obrigações que não me apetecem, mas obrigações e este nome mais forte do que qualquer outro, obrigações e porque obrigado, saí a correr, já atrasado, novamente atrasado.

Resta-me o consolo da noite, aqueles breves instantes entre o último tem que ser e o adormecer. Aí, já na cama, olho para o lado e vejo o enorme monte de livros que me acompanham todas as noites, muitos mais do que o tempo que lhes posso dedicar, ainda assim, gosto que eles ali, uns em cima dos outros, a esperar-me numa paciência que me toca, cheios de histórias para me contar. De seguida, pego nuns quantos e avanço, pedindo desculpa a todos os outros nos quais nem ainda toquei, dizendo-lhes que quem sabe amanhã? assim o tempo o permita, sabendo bem que lhes minto e fazendo votos para que nunca se cansem de esperar por mim.
23
Out07

As andorinhas da 3ª classe.

Marco
A fúria com que voavam, num frenesim incontido audível no fundo da rua, deixava antever uma viagem longa, rumo a paragens mais quentes, onde Inverno nenhum capaz de lhes gelar as vidas. Eram muitas, talvez todas as andorinhas que existem, dentro da copa daquela árvore, por certo nos últimos preparativos para a grande jornada. A esta hora, imagino-as alinhadas geometricamente no azul de um céu distante e no meu intimo, admiro-lhes a força de lutar pela sobrevivência. A coragem de partir rumo a um calor que aqui se esfuma a cada dia que passa.

Lembro-me como se fosse hoje, aula de português, leitura, Salesianos do Estoril, 3ª classe, Professora Gertrudes e o seu cabelo dourado perfeito – tenho saudades suas Senhora Professora, andorinhas, o título do texto e eu fascinado com esses pequenos seres voadores, capazes da atravessar meio mundo para fugir ao frio que lhes prende as asas. Terá sido talvez há três anos que a reencontrei. Não resisti, toquei-lhe no ombro e perguntei-lhe – Lembra-se de mim? e no seu olhar, a dúvida que o seu “sim lembro-me” desmentiu, mas eu não me importei, soube-me bem voltar a dizer Senhora Professora.

Ontem, quando corria para encontrar o jantar que não me apetecia nada ter de fazer, detive-me uns minutos a contemplar tamanho espectáculo, a copa da árvore viva, uma quase bomba relógio e naquele preciso instante sentei-me na minha carteira, abri a mochila verde da Adidas, puxei do livro de leitura, procurei a página do texto andorinhas e comecei a ler num enorme esforço por não me enganar na pontuação para que a Professora Gertrudes não se zangasse comigo, não vá ela reencontrar-se comigo daqui a uns anos e dizer-me, aí sem dúvidas – o menino Marco precisa de corrigir a sua leitura.
22
Out07

O espantalho.

Marco
Os braços abertos e magros, esticados. Devem doer-lhe todos os dias enquanto o sol lhe queima a roupa já velha, de pontas esgaçadas, corroídas por ventos perdidos, sem norte. O cachimbo que lhe cai da boca há muito se apagou, esquecido do calor de outrora e a sua pele feita de palha já gasta pela vida que nunca aconteceu, ali cravado a uma terra que nunca a sua, visitado por pardais errantes, que o divertem em doses pequenas, debaixo das nuvens passageiras que sempre se esqueceram dele.

Sonhava a liberdade em pequenos saltos consecutivos, num equilíbrio tão frágil como desafiante. Sabia que o horizonte bem maior do que a gasta vedação de madeira, conhecia a cor das ervas e chamava estranhos nomes às flores que lhe sorriam ao longe, perto demais para que tão longe. Não tinha medo de nada, o seu espírito era livre e os dias consecutivos roubavam-lhe a alma, gastavam-lhe o sorriso com que brindava os pardais errantes. Estava preso, cravado ao destino que nunca escolhera.

Não era uma roupa qualquer. Sim, velha, sim esgaçada por ventos perdidos, sem norte, mas fina, elegante. Uma longa casaca azul escura, já não muito escura e um colete ainda mais claro encimados por um laço que fazia dele um cavalheiro do desencanto. Sonhava a liberdade em pequenos saltos consecutivos e a força que não tinha era o quanto lhe faltava para ser livre. Queria dizer adeus à gasta vedação de madeira e aos pardais errantes, queria dizer olá a todas as flores que lhe sorriam ao longe.

Perto demais para que tão longe.
19
Out07

Palavras em andamento.

Marco
Admiro-vos à brava. Vocês são um género de quarteto maravilha com o super poder de me restituir anos de vida a cada encontro, por mais fugaz, não interessa, interessa que ali todos, os cinco, num verdadeiro hino ao disparate que me deixa doridos os músculos faciais de tanto rir. É pura química. A amizade na sua mais bela encarnação. Cinco caramelos que uma vez por mês ali, simplesmente a desfrutar da companhia uns dos outros, como se o tempo nunca tivesse passado, seis anos que afinal seis dias e amanhã nova manhã de trabalho na saudosa Rua da Junqueira.

Não. Amanhã outra rua e eu bem o sei, sentado ao volante da noite. Sim, este texto foi escrito ao volante, na minha cabeça... a ganhar forma nas curvas apertadas, no quarto crescente que brilha no céu, nos pensamentos que me visitam e deixam, como as árvores que vejo no retrovisor, cada vez lá mais atrás até que nada. Regressar noite dentro é sempre um exercício de escrita... vejo palavras em todo o lado, frases que se cruzam comigo, mais do que carros, numa luta tremenda para caberem num qualquer texto. Tudo são frases, tudo são textos em movimento, esperando apenas a sua vez...

Admiro-vos à brava e agora lembrei-me dos tempos em que ficávamos no emprego noite dentro aos tiros uns aos outros no computador, como se miúdos pequenos e aqueles almoços em Belém, na esplanada ao sol, quase poesia em movimento... ainda bem que estes jantares mensais, prova de que os amigos sempre ficam e por isso, marquem lá o próximo, já sabem que por mim tudo bem, digam-me o sítio e a hora e lá estarei, pronto para mais um hino ao disparate, à parvoíce que é afinal de contas, o melhor que levamos desta vida. Estou a chegar e por isso, já mais frase nenhuma, este texto acaba com o fechar da  porta de minha casa.

Até amanhã. Ponto final.
18
Out07

Hold Still...

Marco
6:30. Levanto-me e em todos os movimentos que me pesam, tu. A casa parece-me triste, não conheço estas paredes e o que faço soa-me a falso, forçado pela ausência de cor que hoje de manhã me acordou. É Novembro e sei que é Novembro porque as nuvens cheias de pressa e as folhas, caídas, esmagadas no chão que todos pisam apressados. Chove com vergonha. Ao espelho pareço-me demasiado ainda que sem cor, nem sorriso. Olho-me. Não sou dono de mim e é nessa condição que saio de casa, sabendo que estou a um pequeno passo de ti. Nunca te vi, não sei quem és, sei apenas que estás aí, algures, Quero fazer tudo certo, mas tu tão longe, sempre tão longe...

Gosto de ver pessoas. Não que te procure – talvez procure, mas gosto de as ver a todas, observá-las. Sentada junto à janela deste café pergunto-me porque razão nasceu esta manhã sem cor e na minha cabeça, canto uma canção que te cantaria ao ouvido se um dia te encontrasse. Gosto de chá quente quando chove. Não sei porquê. O meu reflexo lembra-me das horas. Tenho de ir. Quando ando, soltam-se folhas que se esmagam no chão. Não sou dona de mim, sou como as flores de que cuido, arrancadas do seu mundo, morrendo a cada instante que passa sem te encontrar. Sei que estás aí, algures, a um passo que mil passos de tão longe, sempre tão longe...

Regresso já noite, ainda sem cor, pelo caminho de sempre... a rua das montras... detenho-me numa... não sei explicar... qualquer coisa... paro para um chá, gosto de ver pessoas e aqui, curioso, quase sinto o teu cheiro que nunca conheci... na televisão lá em cima, um filme, antigo, também sem cor. Regresso a pé pelo caminho das montras coloridas que hoje nem tanto e espreito-as curiosa, como se algum segredo ali por revelar... compro umas verduras diferentes – hoje sem cor, e logo a minha casa, de novo a minha casa... na televisão um filme antigo... gosto de filmes antigos... Eu sei que estás aí... algures. Eu sei que estás aí... algures. É tarde... amanhã 6:30 e eu de novo a pé... apago a luz e em todo o meu peso deitado, tu. É tarde... seguro uma revista que leio sem atenção até que apago por fim a luz. Na minha cabeça, a canção que te cantaria ao ouvido se um dia te encontrasse.

Hold Still...
15
Out07

O pinhal.

Marco
É verdade que as mãos ficavam todas sujas, umas vezes negras, ásperas, outras vezes pegajosas, a colar os dedos uns nos outros. Como cola. É verdade, mas sabia tão bem mexer nas pinhas e descobrir-lhes os pinhões escondidos e depois parti-los com uma pedra, cheio de cuidados para não os esmagar. Sentir aquele sabor único, misto de paladar e conquista, aventura, sim, os pinhões sabem a aventura infantil, sabem aos tempos que não voltam, sabem a nostalgia e eu hoje apeteceu-me correr pinhal a dentro à sua procura.

Nunca tinha reparado na inclinação dos pinheiros. Vinte e oito anos a passar por eles, mas só hoje aquele ângulo quase deitado, impossível, como se o vento todos os dias, a vergá-los ao seu próprio peso e eles ainda assim altivos, muito dignos, num esforço desumano para ali estarem, belos. Naqueles breves minutos, cheirou-me de novo a resina. Foi como se tivessem sido ontem os tempos de menino e cada pinhão cada vitória, o tal sabor único, as mãos imundas e o tempo todo pela frente, à minha frente, eterno.

Regressar é assim. Pode demorar um dois dias, horas apenas, não interessa. É regressar, é pisar de novo aquele chão, aquela terra, é sentir toda a força das raízes que nos fizeram pessoas. É bom regressar. Voltar a ver o que sempre foi e curioso, constatar que afinal nada é para sempre. Tudo muda. Eu mesmo, mudei. Se mudei. Só que hoje, enquanto me detive à beira daquele pinhal esquecido, diminuí de tamanho e voltei a sonhar todos os sonhos do mundo ao mesmo tempo que contava as pinhas no chão, fazendo um esforço terrível para não pegar numa pedra e correr a saborear de novo o gosto da conquista.
11
Out07

Almas gémeas.

Marco
Penso e quando penso, sei, não preciso de ver, tão pouco de estar, não, penso apenas e sei, conheço, sinto, dentro de mim, sou até capaz de ver, imaginando, os gestos, as reacções, as sensações, conheço tudo, sou eu ali, parte de mim, um reflexo, uma extensão, num olhar, numa reacção, numa emoção, conheço tudo quando penso e penso muito, não preciso de ver, tão pouco de estar, conheço, sei, imagino e vejo, sei o que agora, sei o que não tarda, sei tudo porque pertenço, sou já uma parte ou mesmo o todo e sei, sei tudo e por isso sei que não me enganei.

As almas gémeas nunca morrem. Vagueiam perdidas pelo universo à espera desse momento mágico que pode nunca chegar, o encontro, o enlace, a junção, a fusão, numa só, como as correntes dos rios, unas, deslizando pela vida sem que nunca uma foz, eternas, muito além da finitude da vida, como grandezas impossíveis, brilhantes para sempre, sorrindo-se bem depois dos dias, reflectem-se, sabem-se, conhecem-se, escrevem-se como se escreve cumplicidade, escrevem-se para sempre, por igual, da mesma maneira, porque se sabem, sabem tudo.  

Penso e quando penso, sei, não preciso de ver, tão pouco de estar, não, penso apenas e sei, conheço, sinto, dentro de mim, sou até capaz de ver, imaginando, os gestos, as reacções, as sensações, conheço tudo, sou eu ali, parte de mim, um reflexo, uma extensão, num olhar, numa reacção, numa emoção, conheço tudo quando penso e penso muito, não preciso de ver, tão pouco de estar, conheço, sei, imagino e vejo, sei o que agora, sei o que não tarda, sei tudo porque pertenço, sou já uma parte ou mesmo o todo e sei, sei tudo e por isso sei que não me enganei.
04
Out07

O Livro.

Marco
E pensar que tudo surge do absoluto nada, apenas papel, branco, puro e um tremendo nada, muito maior do que todas as páginas juntas, de uma espessura avassaladora, todo ele possibilidades, caminhos, um nada cheio de tudo, repleto, pronto a esculpir, em bruto, quase rude, desafiando o autor, esse malabarista das letras, à espera que a história o viva para que ele a escreva, nesse terrível acto solitário de optar, dando forma, deixando cair até que um desenho, um vulto e o papel já não em branco, já não puro, já quase tudo. Sempre quase.

Um livro nunca está acabado. Impossível. Um livro é só a parte física de uma relação que não acaba nunca. É um fragmento de tempo, um ponto num universo muito maior. Vive enquanto nada, está lá, sempre esteve, desde o inicio dos tempos, antes de todas as letras e vive, vive depois de quase tudo, na mente de cada um, diferente, imaginado, visto, interpretado e por isso sempre quase, porque nunca igual e porque nunca igual, nunca tudo. Sempre quase. Um quase também ténue, tão ténue como a fronteira ente o último ponto final e a próxima linha que afinal... em branco.

Um livro não pertence a ninguém. Não é ninguém, nem do leitor. Encontra-se com ele para o deixar um dia. Existe. Escrito ou por escrever. Existe. E pensar nos dias sem eles, sem histórias, em branco, sem letras, lisos, sem páginas, vazios, sem capítulos, sós, sem personagens, apenas dias, só dias, ao sabor da rotina demasiado rotina, sem o quase tudo que nunca tudo, sem aquele fragmento de tempo que longe, noutro sítios, cheio de possibilidades, caminhos, um nada cheio de tudo pronto a ser esculpido em imagens que apenas nossas, só nossas. E pensar que tudo surge do absoluto nada, apenas papel, branco...

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