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Deep Silent Complete

"Escrevo-me. Escrevo o que existo, onde sinto, todos os lugares onde sinto. E o que sinto é o que existo e o que sou. Escrevo-me nas palavras mais ridiculas...e nas palavras mais belas... Transformo-me todo em palavras." - José Luís Peixoto

Deep Silent Complete

"Escrevo-me. Escrevo o que existo, onde sinto, todos os lugares onde sinto. E o que sinto é o que existo e o que sou. Escrevo-me nas palavras mais ridiculas...e nas palavras mais belas... Transformo-me todo em palavras." - José Luís Peixoto

31
Ago07

Esperando.

Marco
O que se passa com os sonhadores? O que lhes terá acontecido? Esses desencontrados do costume, libertos de gravidade, a olharem para lá do céu, depois do azul profundo, onde por certo o mundo é um local de confiança, cheio de sins que não são pecado nenhum, a flutuarem, ligeiros, como finas brisas, sem rumo, desobrigados, numa procura sempre possível, sempre capaz, em dias que sempre luzem, sempre luzem. O que se passa com os sonhadores? O que lhes terá acontecido?

Nas ruas de todos os dias, arrastam-se os desiludidos, tristes sem saberem, repetidos em si mesmos, sucessivos, colados à terra, olhando para ela, vendo-a, aceitando-a, resignados. São pesados, esmagados. São o resto do que foram, esquecidos de tudo o que viram quando fechavam os olhos para ver, depois das estrelinhas que piscam e piscam, coloridas. Foram-se as perguntas, as inquietações. Aceitam e pronto, chega. Assim, como as leis. Como as verdades que um dia juraram ser mentira.

E se agora eu fosse um poeta e de repente lindos versos aqui, cheios de dedicatória, colados numa pele distante, saudosa, ida, ou então cantor e logo uma melodia impossível, de cristal, dando corpo se calhar aos versos e a dedicatória maior ainda, já entranhada, já parte do sonho, ou o sonho por completo, feito real. Sonhar... Eu estou aqui, faltam vocês. Para alem do céu, depois do azul profundo o mundo é um local de confiança e sim, é maravilhoso visto de cá de cima, de onde não quero nunca sair. Por isso, espero. E espero. Por companhia.
28
Ago07

A derrota impossível.

Marco
A morte chegou-lhe assim, de repente, sem avisar, nada de nada. Longe de pensar em semelhante coisa, Puerta fez aquilo que sempre fez, equipou-se a rigor e correu feliz para o campo, esse local de realização plena onde lhe era permitido fazer aquilo que mais gostava na vida: jogar à bola. Imagino que terá sonhado esse sonho desde pequeno, quando por certo jogava nas ruas, fintando os carros e marcando os golos em balizas improvisadas.

Naquela noite de Sábado, o seu Sevilha precisava da sua ajuda. Da sua raça e entrega ao jogo. Era possível vê-lo a disputar cada lance como se o mais fundamental da partida, defendendo, atacando. O último ano fora de várias conquistas para a sua equipa, tanto em Espanha como em competições europeias. E que orgulho deveria ele ter. Daí o esforço por dar mais e mais naquele jogo. É que, ganhar vira hábito e Puerta era mesmo um vencedor.

Mas a morte chegou-lhe assim, de repente, sem avisar, nada de nada. Era só mais uma corrida, mais um esforço a que se seguiu uma queda, inanimada, ausente de vida. Puerta, campeão, sobreviveu-lhe e fez ainda questão de sair de campo pelo próprio pé. Já no balneário, deixou-se finalmente levar,  para não mais regressar, para não mais saborear o doce travo dos golos e pior, para não festejar aquela que seria a maior das suas vitórias: o nascimento do seu primeiro filho, dentro de um mês...

Até sempre Antonio Puerta. Nunca te conheci, mas tão cedo, não te esquecerei.
27
Ago07

Na estrada de regresso.

Marco
As árvores. As árvores pareciam formar um túnel dentro da noite, já avançada, quase perto de mais um fim. Dentro do túnel, o carro, o carro só, vazio, a deslizar por entre as curvas fechadas, quase traiçoeiras, esquecidas ali, naquele sitio quieto, abandonado, suspenso de existência, longe de tudo, repleto de imagens vagas, sucessivas, cenários e ideias, eu, tu, não, mais imagens e nova curva, o impensável é aqui enorme, vem comigo, leva-me, traz-me de regresso, depois de tudo, antes de nada, num tempo que já não é meu, que fica para trás a cada instante.

As árvores. Dentro delas não deve acontecer tempo e penso: não fui eu, não fui eu que escolhi sufocar todo o ar que dentro dos suspiros. Não escolhi nada disso. Gosto deste momento só meu. Nesta hora, ninguém me descobre, apetece-me acelerar por entre as árvores e pedir que não acabem nunca, apetece-me este túnel dentro da noite, as curvas repletas de imagens que não existem, minhas, só minhas, impossíveis, imagens, pensamentos, não fui eu, não fui eu que escolhi calar todas as músicas que não acabavam nunca, eternas, gigantes.

As árvores não podem fugir da vida. Não podem escolher que destino, que futuro. São inevitáveis. Aqui, atentas mim, a passar dentro delas, a ser parte de um enorme nada, adeus, e o carro, o carro só, vazio a deslizar fora das horas, do tempo, das imagens que não escolhi lembrar, dos momentos que não escolhi recordar, não, já não. Nova curva e uma luz, primeiro distante, depois mais próxima, mais e mais, quase me encandeia, grava-se na minha retina, acompanha-me mesmo depois de passar. Porque tudo passa. Tudo passa. Não, não fui eu. Não fui eu que escolhi parar com todas as letras que existiam dentro deste texto.
24
Ago07

Na espuma das palavras.

Marco
Deitada no meio desta noite cerrada de tão escura olho o céu e esforço-me por contar quantas estrelas me brilham olhos nos olhos – as estrelas são aquelas a quem treme a luz, o resto são planetas dizem os entendidos, num esforço que sei inglório embora não me importe já que aqui ninguém me chateia, escondida dos dias sucessivos, banhada por esta brisa que me refresca e renova. Perdi-me novamente na contagem, sou capaz de jurar que aquela já é repetida e por isso vou recomeçar sem que isso me chateie um bocadinho que seja.

Gosto de me deitar na areia húmida, já pisada pelas gaivotas que ao fim dos dias aqui aparecem para matarem saudades umas das outras, e gosto de a segurar em molhos dentro das minhas mãos, fresca, também ela renovada por esta brisa que me percorre. Pega-se-me à pele, quer ser parte de mim, grão a grão como se episódios que vivi para não mais apagar. Aperto-a com força, sinto o seu poder e imagino quantos milhões de anos até que hoje, agora, feita eu, colada a mim, eu mesma, aqui deitada a contar as estrelas que não consigo contar.

Gosto de ouvir as ondas rebentar, umas atrás das outras – parecem sussurrar canções de embalar e que bem que o fazem!, enquanto fecho os olhos para lhes escutar todas as palavras, sim eu sei que isso são palavras e devem querer dizer descansa, eu estou bem, não estejas preocupada, visto daqui o mundo é mesmo maravilhoso, passo todas as noites feliz, a ver-vos, e todos os dias também, sigo-vos sempre, até ao momento em que estaremos aqui, de novo todos juntos. Como sempre foi. Aperto a areia com mais força ainda, ao mesmo tempo que olho de novo céu e descubro uma estrela a brilhar bem mais do que todas as outras.
22
Ago07

The Last Song.

Marco
A última canção. Poderia ser a primeira de qualquer top, mas não, deixou-se ficar para o fim, talvez querendo fazer jus ao seu nome. As notas desarrumam-se pelo ar numa harmonia para lá de perfeita, erguida à base de uma suave viola acústica que se casa com uma guitarra solitária, envergonhada, e uma bateria que quase mais parece um suspiro de encantamento perante esta beleza indescritível. Uma música pode ser tudo isto, sendo que nenhuma destas palavras lhe faz a justiça que merece.

Depois a voz. Talvez nem seja uma voz, mas uma brisa mágica que desliza invisível, fresca. Fina e elegante. Nostálgica e saudosa. Encantadora. Frágil. Tenho a certeza que mais ninguém (en)canta assim, dando a ideia que a perfeição é coisa de todos, tão banal como respirar uma vez atrás da outra. Já não é a primeira vez que aqui escrevo este nome, mas de facto Tracyanne Campbell deve vir no dicionário como sinónimo da mais profunda beleza e se tal não acontece, só mesmo a maior das distracções o pode justificar.

Ouvir os Camera Obscura não é apenas um simples acto de escutar música. É entrar dentro dela, é fazer parte desse feitiço, é ser protagonista das palavras que flutuam ao som de uma suave viola acústica, é sentir que a guitarra solitária pode muito bem ser a nossa alma, a brilhar de tão feliz, agradecendo-nos a grandeza do momento. A última canção – the last song, poderia ser a primeira de qualquer top, mas não, deixou-se ficar para o fim e agora, é a minha vez de a partilhar em todo o seu esplendor. Diz assim...

I can't call you
My phone will be relieved
You can't call me
'Cause someone else will feel deceived
I don't understand this
How did you get hold of me?
You've got me questioning my fidelity

I'll send a package in the post
I've got love to send
Should I want you the most?
But it feels like I have no defense

The tree in my garden is blossoming still
It's late this year
It's just like me, it’s wavering
Going through the motions
I want to be at home
It's an effort to get on this plane at all

It was love for sure
Every cliché in the book
I loved you more and more
With every desperate look

Don't thank me for breakfast
With your naked skin
Don't lie, don't pretend
You feel anything
My heart is no longer a friend of mine
It wants to betray me most of the time

I love you my darling
I love you my friend
I love you my darling
But it feels like this is the end.
21
Ago07

Eles e o mundo.

Marco
É quase possível jurar a pés juntos que já ali se esteve. As ruas soam a familiar, enfiadas por debaixo daqueles prédios gigantes onde imagino milhares de pessoas encaixadas atrás de secretarias em pequenos cubículos de espaço. Do chão saem cortinas de fumo numa imagem tão poética como improvável. Ouvem-se buzinas, sirenes como se a banda sonora de todas as horas, num filme que nesta cidade, nunca acaba. Aqui, as sessões são continuas e os actores, aos milhões, cada um com o seu papel principal.

Nova Iorque é mais do que uma cidade. É o mundo. É tudo aquilo que se imagina que possa ser e ao mesmo tempo, muito mais do que isso, numa constante superação de expectativas. É o impossível tornado realidade, a personificação do grande, do enorme, do gigante. É um ritmo que nunca abranda, num compasso apressado, como se de cada minuto dependesse o futuro de todos nós, fazendo lembrar aquelas locomotivas que atrás de si arrastam longos comboios de carruagens.

Olho para a frente de observo dois homens esquecidos pelo tempo. Sentados ao balcão, permitem que os seu cabelos brancos se estendam costas a baixo, sendo que um deles ostenta um velho chapéu de cowboy. Pedem mais duas Bud’s. Sou capaz de jurar a pés juntos que eles sempre ali estiveram, se calhar já cansados de tanto puxar pelo mundo, já nada surpreendidos pelos prédios gigantes e se calhar já fartos das sirenes que nunca se calam. Optaram pelo papel de figurantes e mim, resta-me admirá-los por tamanha coragem.
20
Ago07

O sopro.

Marco
O sopro de norte faz-se frio à sua passagem, indiferente às ondas de desencanto que se espalham areal fora, num mar de cores estendidas como se muralhas, frágeis, ténues demais perante a sua força impiedosa. Felizes, uns quantos destemidos desafiam as leis que nos esmagam contra esta terra, voando livremente ao sabor de remoinhos invisíveis, desenhados no céu, pintado de um azul parecido com o das coisas perfeitas, quase celestial, mas mentiroso na sua essência.

O calor é coisa do passado. É força extinta, vencida. Força corrida à pressa, arrastada deste Verão que nunca chegou, como se coisa proibida, do demónio. Força expulsa, fraca. Restam as pessoas, refugiadas nas cortinas  coloridas, numa conformação de quem já nada espera, como se pouco significasse muito e nada, tudo. Escondem-se das balas geladas, laminas cortantes que lhes ceifam as horas que um dia foram de contentamento. Escondido, vejo finos grãos de areia arrancados ao chão, num adeus que sei para sempre.

Penso: talvez estes grãos sejam como as pessoas e talvez sejam elas a correr, livres, rumo aos seus destinos. Talvez este frio que nos consome seja o vento da mudança e talvez as muralhas não tarda já desfeitas, voando sem controle. Talvez os destemidos deslizem finalmente para terra e talvez eu, já de pé, possa sentir essa brisa roubar-me umas quantas lágrimas que nem sequer de choro. Talvez o fim dos dias seja o inicio das coisas perfeitas, tal como o azul que hoje me engole, e talvez amanhã o calor esteja finalmente de volta. Talvez.
14
Ago07

Momentos e pensamentos.

Marco
Deve existir um qualquer encantamento por detrás do sol quando este decide deixar-nos por uma noite, dormindo no fundo do mar, lá bem longe onde julgo estarem também todos os meus sonhos por alcançar. Penso nisto e ao mesmo tempo olho a maré vazia, serena, inofensiva. O livro que me acompanha chama-me por uns minutos e de repente já estou na Nova Iorque dos anos 70, dentro da vida de um senhor chamado Paul Stanley, responsável por um dos maiores fenómenos rock de sempre. Os Kiss.

Os beijinhos, os abraços, o carinho, o amor. A saudade dever ser tudo aquilo que as minhas sobrinhas me mostraram ontem. E é tão mais bonita esta palavra nos gestos delas, tão mais cheia, tão mais pura, tão mais verdadeira. Desconfio que devem ter sido elas que coloriram hoje o céu com os seus lápis de cor e tenho a certeza que dariam tudo para estar ali a brincar à beira mar, ora construindo castelos de areia, ora tomando banho em piscinas improvisadas que inexplicavelmente engolem toda a água do seu interior.

Os caracóis não é coisa de se comer sozinho. Falta-lhes o tempero da conversa, o gosto da cumplicidade. Tenho vontade de convidar o sol, de chamar o Paul ou melhor ainda, as minhas sobrinhas. Mas não posso. Elas ainda não gostam destas coisas e além disso estão ocupadas na piscina antes esta fique fazia. Ele, está preso nos anos 70 e Nova Iorque fica ainda mais longe do que o sol que acabou de desaparecer. Resta-me esta música que nunca me deixa e que hoje faz questão de repetir algo que sei, mas que por vezes quase esqueço: life is beautiful.
10
Ago07

Foi bom enquanto não foi.

Marco
A expectativa fervia-lhe no peito, como cócegas, em milhares de pontos de interrogação que se acotovelavam em busca de resposta, esperando impacientes o momento há tanto aguardado. Na sua cabeça esse mesmo momento já vivido mil vezes, imaginado perfeito, visto e revisto, aprimorado aqui ou ali tal e qual os escultores com as suas obras, limando cada detalhe por mais ínfimo até que finalmente a plenitude sonhada.

A expectativa é o acto supremo da imaginação. É ter mais vontade do que a vontade. É um desenho já desenhado ainda antes de o ser. É uma visão clara no mais escuro dos escuros. A realidade criada por antecipação, nítida, envolvente, nossa. É um quase que está quase quase, mas que ainda falta, preenchido de desejos, sonhado a cada letra, vivido em todas as sílabas. É ansiosa e demorada. É tanto tanto que muitas vezes resulta em rigorosamente nada.

A expectativa fervia-lhe no peito e por isso, preparou-se para a ocasião. Inspirou fundo – inspirar fundo ajuda a calcar os pontos de interrogação provocando uma ligeira sensação de acalmia embora passageira, analisou-se cuidadosamente no espelho do seu quarto e verificou se todos os vincos no devido sítio. O problema é que  aquele dia era só mais um dia e as pessoas todas no sitio do costume, com as caras do costume, indiferentes ao seu regresso, como se saudade fosse palavra estrangeira ou desconhecida. Foi bom enquanto não foi.
09
Ago07

Um à parte. Um exemplo.

Marco
1987. O mundo inteiro a seus pés. Um deus. O sucesso, a fama, o dinheiro, as mulheres, os fans. O céu mesmo ali pertinho. Ele finalmente o rock star que sempre sonhou. Milhões de discos vendidos, concertos esgotados, a imprensa rendida. Noite após noite o circo avançava para nova paragem e o ciclo repetia-se, num ritual de aclamação sem igual. Como uma montanha russa impossível de fazer parar. As luzes, o som do seu baixo, o êxtase do público, as explosões, o seu nome gritado e repetido até à exaustão.

Nikki Sixx. O mesmo nome que se afundava na mais profunda solidão, vergado ao peso impossível de um vício chamado heroína. Vencido, vergado a cada dia, numa espiral de auto-destruição tão inexplicável como obrigatória. A suprema ironia de ser exemplo de coisa nenhuma. Mudo por um silêncio que apenas quebrava no seu diário, com quem desabafava todo o sofrimento que o consumia, não fosse a morte um dia roubar-lhe a vida. Conseguiu-o por uns minutos a 23 de Dezembro, contrariada apenas por duas injecções de adrenalina no coração.

2007. O mundo inteiro de novo a seus pés. Os Motley Crue reunidos em palco e ele de novo, um deus. Mas de coragem. A coragem de vencer o maior dos seus fantasmas assumindo-se como exemplo para os que ainda lutam por essa vitória. Com a publicação dos seus Diários da Heroína abre o livro do seu lado mais íntimo e frágil, mas ao mesmo tempo, assina um documento que pode revelar-se fundamental para muitos. São assim as grandes estrelas, brilham sempre um pouco mais do que as outras.

PS: a banda sonora que gravou especialmente para acompanhar este livro é provavelmente o melhor disco rock de 2007. Banda: Sixx AM. Álbum: The Heroin Diaries Soundtrack.

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