23
Ago06
Eu nem sequer estava à espera.
Marco
Eu nem sequer estava à espera. O relógio mandava-me embora, o cansaço fazia o mesmo, aliás por vezes desconfio que combinam todos os dias embora nem sempre à mesma hora. Depende. Mas a verdade é que aparecem sempre os dois a gritar-me aos ouvidos, com tanta insistência que acabam sempre por me levar a melhor.Mas como dizia, eu nem sequer estava à espera. Só faltava mesmo arrumar as minhas coisas e partir com destino muito bem definido: a praia, o meu livro, a brisa de final de dia, o pôr do sol, o imenso laranja no céu, depois o rosa e a noite por fim. As estrelas no céu, sempre tão infinitas, sempre tão cheias de segredos para mim, só para mim, mas que insistem em não revelar. Por mais que olhe para elas.
De facto, eu nem sequer estava à espera. Mas de repente, um olá seguido de palavras à desgarrada numa conversa daquelas que nos marcam. De tão lúcidas. Tão profundas. Tão intensas. Daquelas conversas que deviam estar impressas nos frigoríficos para poderem ser lidas e lidas e lidas. Por todos. Para o bem de todos. Ter amigos assim é de facto precioso. Valeu Miguel.