Saltar para: Post [1], Comentar [2], Pesquisa e Arquivos [3]

Deep Silent Complete

"Escrevo-me. Escrevo o que existo, onde sinto, todos os lugares onde sinto. E o que sinto é o que existo e o que sou. Escrevo-me nas palavras mais ridiculas...e nas palavras mais belas... Transformo-me todo em palavras." - José Luís Peixoto

Deep Silent Complete

"Escrevo-me. Escrevo o que existo, onde sinto, todos os lugares onde sinto. E o que sinto é o que existo e o que sou. Escrevo-me nas palavras mais ridiculas...e nas palavras mais belas... Transformo-me todo em palavras." - José Luís Peixoto

28
Set07

O aroma da vida.

Marco
Ontem haviam três clientes. Colados na porta da funerária, anunciando que morreram. A curiosidade detinha os que passavam e levava-me às perguntas sem resposta, sempre sem resposta. Depois o trabalho e o esquecimento com os problemas do costume, texto para aqui, frase para ali, mais um texto, outro e outro. Clientes da morte, na loja da morte. Os prados do céu, nome de uma música que escuto e me relembra aquelas três pessoas que nunca conheci, que partiram para um mundo melhor, distante, longínquo, eterno.

As pessoas vivem em função das suas eternidades. Assim, sem mais nem menos, nas palavras cruas de António Lobo Antunes. Que verdade! É verdade que aos trinta, os sessenta são a minha eternidade, assim como o é um minuto que seja na vida de um condenado. A finitude inquieta que se farta. Incomoda. É como um desmancha prazeres, um aviso só para chatear. Quero esquecer-me, fechar-me num trabalho para não sentir esse desconforto de alma. Impossível. Há uma frase que não me sai da cabeça.

“Tinha a morte dentro de mim. E é horrível estar grávido da morte”. Mais uma verdade desse génio das palavras. Que verdade! Gosto das pessoas que vêem de maneira diferente aquilo que todos vemos por igual. Gosto de metáforas. Afinal, é esse um dos grande segredos a vida. Aprender a apreciá-la, tal como se faz com o vinho. Sim, que bom que era se todos fossemos enólogos da vida! Tenho a certeza que no dia em que estivéssemos colados a uma qualquer porta, nos olhariam com saudade e um secreto sorriso de admiração.

1 comentário

Comentar:

Mais

Comentar via SAPO Blogs

Se preenchido, o e-mail é usado apenas para notificação de respostas.

Este blog tem comentários moderados.

Este blog optou por gravar os IPs de quem comenta os seus posts.

Mais sobre mim

foto do autor

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

Arquivo

  1. 2010
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  14. 2009
  15. J
  16. F
  17. M
  18. A
  19. M
  20. J
  21. J
  22. A
  23. S
  24. O
  25. N
  26. D
  27. 2008
  28. J
  29. F
  30. M
  31. A
  32. M
  33. J
  34. J
  35. A
  36. S
  37. O
  38. N
  39. D
  40. 2007
  41. J
  42. F
  43. M
  44. A
  45. M
  46. J
  47. J
  48. A
  49. S
  50. O
  51. N
  52. D
  53. 2006
  54. J
  55. F
  56. M
  57. A
  58. M
  59. J
  60. J
  61. A
  62. S
  63. O
  64. N
  65. D